Começo hoje um novo projeto que deverá se estender por todo o mês de junho, chamo de Tendências 2020 Atualizadas. Pois, como nós sabemos, muitos os estudos feitos entre os últimos meses de 2019 e os primeiros de 2020 acabaram perdendo a conexão com o nosso mundo atual.
Mas, estamos falando de uma atualização, e não de um canal de ansiedade. Sei que estamos todos correndo atrás de novos objetivos e tentando manter a cabeça ereta e a mente tranquila.
Acredito também, como já disse anteriormente, que a informação é um dos melhores remédios para prever os problemas aprender a lidar com os desafios de hoje.
Você tem o meu convite para acompanhar essa e as próximas publicações. Desejo que encontre informações importantes e esclarecedoras.
Hoje falarei sobre o conceito de Vigilância em Massa, como ela funciona e qual é o seu impacto para na sociedade e nos hábitos de consumo.
Boa leitura!
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O que é vigilância em massa
A Vigilância em Massa é o termo dado aos sistemas desenvolvidos para monitorar um grande número de pessoas ao mesmo tempo. Monitoramento esse que pode tomar diversas direções e até mesmo ser utilizado para diminuir a privacidade das pessoas.
Como surgiu a vigilância em massa
Há uma certa complexidade em dizer onde surgiu a vigilância em massa, mas podemos dizer como ela vem sendo utilizada, sobretudo nos últimos meses.
Com o surgimento do novo SARS-COV-2 e a ameaça do COVID-19 (sempre bom lembrar, SARC COV 2 é o nome oficial do Novo Coronavirus, e a COVID-19 é a doença causada). As dificuldades da crise sanitária trouxeram usos intensos para os sistemas de vigilância em massa.
A China demonstrou, em movimentos orquestrados com Taiwan, Coréia, Hong Kong e Singapura, um controle avançado sobre os casos da doença e a movimentação das pessoas. Câmeras especiais capazes de medir a temperatura das pessoas, drones, pulseiras inteligentes e wearables foram essenciais para que o governo Chinês fosse capaz de encontrar os infectados e gerenciar a circulação das pessoas.
Somando esse aparato tecnológico com discursos bem alinhados e quarentenas com regras claras, esses 4 países conseguiram diminuir os impactos que, em outros países, se mostraram devastadores.
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Cases da vigilância em massa
Os recursos apresentados acima são, em sua maioria, desenvolvidos por duas grandes corporações chinesas:
- Alibaba
- Tencent
Essas duas empresas foram fundamentais na parceria com o governo em busca de desenvolver e aplicar soluções de vigilância em tempo recorde. Descobrindo soluções e levando à campo.
Sendo assim, são os dois cases de maior sucesso quando falamos sobre gerenciamento de dados coletivos e desenvolvimento de soluções para vigilância em massa.
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O contraditório da vigilância em massa
Quem já leu alguma distopia chegará à rápida conclusão de que, talvez, um grande poder de vigilância nas mãos de poucas pessoas possa ser prejudicial para a liberdade e a individualidade das pessoas.
Os recursos presentes em muitos dispositivos hoje são capazes de detectar todos os elementos presentes na vida de uma pessoa. Em outras palavras, as companhias podem saber:
- O que você come;
- Onde você frequenta;
- Se você está feliz ultimamente;
- Se está bem de saúde;
- Se tem uma vida social ativa;
- Até mesmo uma vida sexual ativa.
Informações que causam arrepios e transtornos até no mais singelo cidadão. E não há aqui qualquer inferência de que alguém esteja fazendo algo errado. O simples fato de informações tão particulares assim estarem nas mãos de corporações já é amedrontador. Nesse cenário, o que fazer?
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Como fazer as pazes com a vigilância em massa
Como eu disse, a vigilância em massa não é uma vilã. Ela é uma ferramenta, e ferramentas em si não são as vilãs. É como elas são utilizadas que pode significar um avanço ou um retrocesso.
No combate o novo coronavírus os países que contavam com ferramentas de vigilância em massa foram, sem sombra de dúvidas, muito mais eficientes para reduzir o contágio. Basta comparar os números da Coréia com países da América e notaremos a monstruosa diferença.
O melhor modo de garantir que a vigilância em massa seja utilizada sempre par fins benéficos é cobrar. Cobras os governos, as corporações, os legisladores. Garantir que a voz de cidadão e consumidor seja ouvida.
O que ler para se aprofundar no tema de vigilância em massa
Nessa nossa série farei questão de apresentar adicionais, para que você possa ir além nas suas pesquisas.
Yuval Harari: o mundo depois do coronavírus
Autor de dois bestsellers, Homo Deus e Sapiens: Uma breve História da Humanidade, Yuval Harari publicou um artigo no Financial Times com diversas análises sobre essa tendência para os próximos anos. Vale muito a leitura.
Capitalismo de vigilância
Escrito por Shoshana Zuboff, esse livro traz o panorama desse novo tipo de capitalismo, que surge embasado em dados e controlo. Professora aposentada da Havard Business School, suas palavras são potentes e valem a reflexão.
Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)
Por fim, é sempre bom avaliar quais são as leis que regem certos aspectos das nossas vidas. A LGPD é uma dessas questões que poucas pessoas prestam atenção, mas que faz uma diferença enorme no nosso cotidiano.
Uma vez que a LGPD trate de como os dados dos cidadãos brasileiros podem ser coletados, tratados, armazenados e protegidos, ela vira peça chave central perante a tendência de vigilância em massa.
Vamos conversar
Por fim, como eu sempre gosto de terminar, quero lembrar para você que isso não é um monólogo e todo este blog é na verdade um primeiro passo para que possamos conversar mais.
Adoraria saber a sua opinião sobre este e muitos outros assuntos. Afinal de contas, estamos enfrentando diversos desafios em comum e sei que você também busca compreender quais são as próximas tendências.
Sendo assim, entre em contato comigo e vamos marcar uma reunião.
Agradeço a sua leitura e até a próxima publicação.