Efeito Amazon: como a gigante luta no mercado nacional e o que os varejistas aprendem com isso

O Efeito Amazon é responsável por derreter o valor de mercado dos maiores varejistas internacionais. Empresas com mais de 60 anos de existência viram suas fatias de mercado minguarem enquanto Jeff Bezos e a sua gigante de Seattle ganhavam cada vez mais força.

Mas, apesar de estar no Brasil desde 2012, somente em 2019 a Amazon deu sinais do que o seu efeito atingiria os varejos e lojistas locais. E no artigo de hoje vou estudar os motivos e as causas por trás dessa diferença.

Falaremos sobre os labirintos burocráticos brasileiros, os desafios da logística de entregas e até mesmo a colossal diferença entre os shares do e-commerce estrangeiros comparados com o do Brasil.

Todas essas informações são fundamentais para que as empresas brasileiras, sobretudo as pequenas e médias, saibam quais são as estratégias de defesa contra a gigante Amazon. Ao mesmo tempo em que a corporação de Bezos pode ser elogiada pelo o que ela é: uma formadora de mercados.

Então fique confortável e aproveite a leitura!

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O que é o efeito Amazon

O chamado efeito Amazon só pode ser explicado em números, então vamos a eles:

  • US$ 335 bilhões de GMV (Gross Merchandise Volume) em 2019;
  • Valor de mercado de US$ 1,25Trilhões (só atrás da Microsoft e da Apple);
  • 49% de market share do e-commerce nos EUA e 5% de todo o varejo norte americano;
  • A receita com anúncios dentro da plataforma da Amazon é quase a metade da receita de anúncios do Facebook;
  • Reconfigurou o mercado de data centers no mundo, com o advento e escala de cloud computing, gerando mais eficiência para o setor.

Quando uma empresa com esses números se desenvolve no mercado as outras companhias não ficam impunes, veja os efeitos da Amazon na concorrência (direta ou indireta):

  • Sears perdeu 89,73% de valor de mercado em 10 anos;
  • JC Penny perdeu 91,35% no mesmo período;
  • NORDSTROM perdeu quase 25% em apenas 4 anos;
  • Macys perdeu cerca de 53% também em 4 anos;

Esse impacto fez até mesmo empresas mais conhecidas balançarem muito:

  • A Best Buy perdeu 55% de valor de mercado entre 2006 e 2016, e após o susto apresentou um crescimento de quase 77% entre 2016 e 2019;

A única empresa que não sentiu o efeito Amazon foi o Walmart, entre 2004 e 2016 a empresa perdeu apenas 1% de valor, crescendo depois 57,25% entre 2016 e 2019.

E quanto à Amazon, qual foi a flutuação dos números?

Bem, vamos ao choque.

  • A Amazon cresceu 1.934% entre 2004 e 2016 (isso mesmo, mil novecentos e trinta e quatro porcento), depois cresceu mais 182% entre 2016 e 2019. Agora ela está no Brasil.

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(Imagens: Amazon, todos os direitos reservados)

A Amazon chega e o varejo entra em colapso?

Claro que não, como nós vimos, há sim um Tsunami inacreditável nas estratégias de mercado desse colosso. A empresa é capaz de absorver grandes parcelas do mercado, mas com isso ela também traz oportunidades.

Há, por exemplo, o surgimento de um Marketplace confiável, ideal para muitos varejistas que desejam encontrar um bom público, sem a necessidade ou a expertise de empreender em uma plataforma própria.

As soluções como Kindle Direct Publisher também são ótimas para produtores de conteúdo que desejam lançar seus próprios livros, sem o intermédio de editoras. Há muitos empreendedores que encontram nas publicações da Amazon uma ótima fonte de renda passiva.

Mas quem deseja empreender terá que competir com a Amazon? Não. Vamos explicar

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Os desafios enfrentados pela Amazon dentro do mercado nacional

A seara encontrada pela Amazon em outros países não aparece no Brasil. Para começar, no nosso país o share do e-commerce nas vendas ainda é baixo. Tem mais, os consumidores adotaram lojas de vendas digitais como suas “queridinhas” e há uma resistência para a mudança.

Tem mais, lojas multifacetadas (que vendem todos os tipos de produtos) também encontram dificuldades no nosso público. O consumidor brasileiro que quer comprar tênis entra em uma loja de tênis, o que quer comprar um televisor entra em outra. As lojas que vendem as duas opções são diagnosticadas como “sem foco” e acabam perdendo partes do público.

Mas esses dois problemas seriam solucionáveis por ótimas campanhas de marketing e recondicionamento dos consumidores. Entretanto, há desafios enormes para a Amazon em nossas terras:

  • A burocracia apresenta um labirinto difícil de ser traçado pelas empresas estrangeiras, o que mostra a dificuldade que a Amazon encontra para colocar suas lojas físicas em atuação no Brasil;
  • A logística de entregas brasileira é, em média, defasada quando comparada com as entregas americanas. Claro que em nosso território há inúmeras ótimas empresas que prestam esse serviço de maneira muito bem, mas isso ainda é de caso a caso e não está presente em todos os estados.

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Como o varejista brasileiro pode evitar o efeito Amazon

Bem, vamos aos fatos. Não há como evitar o efeito Amazon. A gigante de Seattle desbancou nomes como Sears e JC Penney, sua força vai além das estratégias de uma ou duas empresas. A Amazon molda e manda no mercado em diversos setores.

Contudo, uma ótima alternativa é colocar-se como complementar aos produtos da Amazon. Ou então mostrar que o seu produto e a sua marca são únicos. Não há outros iguais.

Compare com uma grande sinfonia, ela possui muitos grandes músicos e certamente tem potencial técnico para executar qualquer canção. Entretanto, você pode mostrar ao cliente que a sua música só você consegue tocar de um jeito especial.

E assim a sua loja também poderá conviver pacificamente com a Amazon.

Quer uma ótima notícia? As gigantes sempre existiram. Apesar da Coca-Cola, há empresas menores vendendo ótimas opções de bebidas. Apesar da Adidas, há pequenos empresários lucrando com a venda de equipamentos esportivos.

E apesar da Amazon, também temos certeza de que o esforço, a honestidade e o trabalho árduo farão a sua empresa prosperar.

Leia em seguida: Delivery ou E-commerce? Qual é a melhor estratégia para o seu varejo

Vamos conversar

Por fim, como eu sempre gosto de terminar, quero lembrar para você que isso não é um monólogo e todo este blog é na verdade um primeiro passo para que possamos conversar mais.

Adoraria saber a sua opinião sobre este e muitos outros assuntos. Afinal de contas, estamos enfrentando diversos desafios em comum e sei que você também busca compreender quais são as próximas tendências.

Sendo assim, entre em contato comigo e vamos marcar uma reunião.

Agradeço a sua leitura e até a próxima publicação.

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