Como o arquétipo do bobo da corte pode funcionar para o seu varejo (1)

Como o arquétipo do bobo da corte pode funcionar para o seu varejo

Continuando a minha série falando de arquétipos, hoje eu quero falar sobre o arquétipo do bobo da corte. Meu intuito é explicar para você como este arquétipo se apresenta e como ele pode ser utilizado pelo varejo.

Na última publicação dei um panorama geral de todos os 12 arquétipos mais comuns utilizados pelas estratégias de construção de marca.

Agora, vejamos em detalhes como é o arquétipo do Bobo da Corte e por que, algumas vezes, fazer gracinhas é a melhor estratégia para uma marca.


Então, vamos lá! 

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O Arquétipo do Bobo da Corte

O palhaço, o malandro, o comediante, as crianças pequenas, com sua espontaneidade e alegria, e todos aqueles que incorporam o desejo de “bancar o bobo” estão se apropriando do Arquétipo do Bobo da Corte.

O Bobo da Corte não quer se divertir sozinho: quer sair para brincar com outras pessoas. Seu habitat é o parquinho de diversões, o bar do bairro, o happy hour, a praia, a praça ou qualquer lugar onde as pessoas possam se divertir.

Enquanto o Cara Comum e o Amante exercem uma certa auto-censura, o Bobo da Corte se solta de forma irrestrita, demonstrando uma forte crença na ideia de que as pessoas podem ser aceitas agindo de forma autêntica.

Por vivermos tempos tão sérios e politicamente corretos, o Bobo da Corte tende a ser uma ótima identificação para marcas, já que todos temos grande sede de diversão.

Necessidade de pertencimento

Como os outros arquétipos de Jung desse grupo, o Bobo da Corte tem a necessidade de  pertencer.

Independentemente do arquétipo e da personalidade, todo o mundo gosta de rir e, desde que o contexto e o momento sejam certos, a personalidade do Bobo da Corte pode ser um ponto de diferenciação memorável e amoroso na comunicação de qualquer empresa.

Com esse arquétipo, a sua marca deve destacar o lado alegre e positivo da vida com um espírito lúdico e divertido. Marcas que conseguem se conectar com o seu público por meio da alegria e do riso podem se tornar marcas muito apreciadas. Uma campanha de marketing projetada para uma marca Bobo da Corte provavelmente seria muito engraçada ou pelo menos divertida. 

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Espontaneidade

O desejo básico, aqui, é ser espontâneo e recuperar aquele espírito brincalhão que todos tínhamos quando pequenos. O arquétipo do Bobo da Corte nos ajuda a viver a vida no presente e ser impulsivos e espontâneos.

O Bobo da Corte indica que a pessoa pode agir de forma espontânea e natural e ainda assim ser acolhida e admirada pelos demais.

Como o “ritual” de sair para beber cerveja é normalmente envolvido por um clima de descontração, o Bobo da Corte é o arquétipo frequentemente utilizado, ainda que inconscientemente, pelas marcas de cerveja em sua divulgação.

Este arquétipo estaria posicionado entre o “social” e a “liberdade”, carregando ambos os sentidos, o que é desejado em marcas que se preocupam em aparentar descontração e informalidade.

Funções do bobo da corte

O “bobo da corte” inclui todo aquele que adora brincar ou bancar o bobo. As marcas associadas a esse arquétipo tem em seu produto/serviço, ou comunicação um convite a “desfrutar a vida e a interação pelo simples prazer de viver e interagir”.

Segundo Carol S. Pearson (O herói e o fora-da-lei), o bobo da corte é um arquétipo promissor para marcas que:

  • O uso ajuda as pessoas a pertencerem, ou sentirem que pertencem a um grupo;
  • Tem a função de ajudar as pessoas a se divertirem;
  • Preços de moderados a baixos;
  • Produzidos/vendidos por uma empresa que tem uma cultura organizacional brincalhona e desinibida;
  • Que precisam se diferenciar de alguma marca estabelecida que tenha presunção e excesso de autoconfiança.

“O arquétipo do Bobo da Corte nos ajuda a viver realmente a vida presente e nos permite ser impulsivos e espontâneos”.

A marca, que trouxe um serviço tão inovador a ponto de virar um verbo (Uberização) que está diretamente ligada a “nova economia” e a gig economy, talvez ainda esteja buscando seu “significado”.

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Bom humor, ironia e inteligência 

O Bobo da Corte é bem-humorado, irreverente, às vezes irônico, e sempre disposto a quebrar as regras em nome da diversão, como aquele famoso ‘diabinho’ que não está nem aí para as convenções.

Numa sociedade estressada e estressante como a nossa, ele é uma espécie de válvula de escape, nos lembrando que é preciso deixar os problemas de lado e tentar levar a vida com mais humor. 

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No entanto, o arquétipo pode ser associado a uma certa irresponsabilidade e a brincadeiras de mau-gosto, o que pode abalar a reputação de uma marca, principalmente se ela não souber cuidar do atendimento ao consumidor.

Por falar em marcas, aquelas que nos convidam ao prazer imediato e não estão muito ligadas à saúde, nutrição e ao politicamente correto são ótimos exemplos: os chocolates da M&M’s, a batata Pringles, os sorvetes Ben & Jerry’s, a Pepsi… 

Mas também há exemplos na moda com as campanhas irônicas da Diesel (como a ‘Be Stupid’) e da Moschino, (apropriação de ícones, como Mc Donald’s e Barbie, cores vibrantes e alguns elementos infantis) – os ‘kidults’, aliás, são a perfeita manifestação do desejo do arquétipo de deixar nossa criança interior sempre ativa.

Prontinho, agora você já sabe como funciona o arquétipo do Bodo da Corte.

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Agradeço a leitura e até a próxima! 

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