Raio X do novo consumidor Isolamento social transforma o comportamento de consumo dos brasileiros (2)

Raio X do novo consumidor: Isolamento social transforma o comportamento de consumo dos brasileiros

Sem nenhum medo de soarmos monotemáticos, mas o comportamento do novo consumidor é algo que preocupa e certamente levanta questões para o segundo semestre. Quais serão os hábitos de compras? Quais serão as preferências? Como atender esse público?

Bem, as respostas para todas essas perguntas exigem uma só coisa de nós empreendedores: pesquisa. E foi isso que fizemos. Observamos os estudos e separamos os dados de interesse para o varejista brasileiro, sobretudo aos mini-mercados, mercados de bairros e pequenos varejistas.

Então, o que acha? Vamos conversar sobre as transformações trazidas por esse segundo semestre e como garantir que o seu varejo possa se desenvolver?

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Como o novo consumidor surgiu?

Se queremos entender um fenômeno social devemos encontrar as causas do seu aparecimento, sendo assim, vamos avaliar quais foram os fatores de mudança na vida desse novo consumidor.

Já sabemos que a pandemia do novo coronavírus desafiou diversas projeções econômicas e moldou o comportamento dos consumidores em todo o mundo. Uma mudança significativa, segundo o estudo Consumer Insights da Kantar, líder global em dados, insights e consultoria, diz que agora os clientes incluem novos canais na sua rotina de compra.

Os números mostraram que agora os clientes se abastecem majoritariamente em mercadinhos de bairro, em segundo lugar ficaram os pequenos varejos e em terceiro os varejos tradicionais. Há uma preocupação marcante: evitar aglomeração. Vale lembrar que antes da pandemia os clientes se concentravam principalmente em atacarejos.

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Quais são os números que provam a mudança do novo consumidor?

Vamos avaliar, por exemplo, o primeiro trimestre de 2020, em comparação com o último de 2019, messe período, mais de 2 milhões de lares adotaram as compras em pequenos varejos. O segundo lugar ficou com 1,2 milhão, para as compras em varejos tradicionais. Apenas 200 mil pessoas em média adotaram os supermercados da vizinhança.

Valos além:

  • 60,2% dos entrevistados afirmam que todas as mudanças advêm da necessidade de evitar aglomerações;
  • 59,6% afirmaram que sua principal preocupação também está em evitar grandes deslocamentos;
  • Desses, a média de 53,5% justifica sua mudança por conta dos preços acessíveis.

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O que aprender com esses números?

Evitar aglomerações, evitar grandes deslocamentos e obter um preço acessível. São as três preocupações vencedoras de todas as pesquisas. Mas o que o varejista brasileiro pode tirar de lição nelas?

A Kantar também mostrou em seu estudo uma segmentação nos perfis de compra para cada tipo de canal de venda. Vejamos em detalhes essas informações:

  • Os minimercados atraem majoritariamente pessoas de 40 a 49 anos das classes CDE, principalmente famílias com filhos adultos;
  • Já o varejo tradicional continua sendo o preferido das pessoas com até 29 anos, sobretudo aquelas que tenham na família crianças de até 10 anos.

Ou seja, quem está conquistando mais clientes nesse novo semestre são aqueles empreendimentos que têm perfil voltado para atender famílias. Com produtos práticos para o dia a dia.

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Quais foram as transformações vividas pelos grandes canais de vendas?

O Hiperpermercado é um exemplo de canal que passou por diversas reformulações em seu formato para atender necessidades mais específicas do consumidor. Esse local ganhou relevância em missões de reposição, oferecendo um ticket médio mais baixo e diminuindo os itens por carrinho.

Os hipermercados perceberam que o número de itens diminuiu, e, ao invés de aumentarem os valores dos produtos, eles baixaram ainda mais. Resultado: o número de visitas aumentou. Agora as pessoas podem comprar menos, passando menos tempo no hipermercado, mas visitando mais vezes a loja.

Isso gera um hábito de reposição constante que mantém o fluxo saudável para a loja, ao mesmo tempo que cuida da preocupação majoritária: evitar aglomerações.

Mudanças no atacarejo
O atacarejo também passou por transformações. Agora esse formato precisa atender mais do que compras de estocagem, mas também abraçar clientes de reposição e alta frequência. Soluções importantes para manter a fidelidade desse comprador.

Quais são os itens mais comprados por esse novo consumidor?

Bem, os padrões de consumo sofrem transformações ao longo dos meses, conforme a progressão da crise causada pelo COVI-19. Sendo assim, esse novo consumidor também sofreu alterações nas suas prioridades de compras.

O relatório mostra que durante o primeiro trimestre de 2020 o gasto médio em bens de consumo subiu 7,7% e os preços 4,8%. A frequência de compras também aumentou 4,6%, número que pode ser visto como uma visita a mais por mês ao ponto de venda. Já a quantidade de unidades compradas por viagem diminuiu 1,7%.

Um padrão de consumo que foi detectado em todas as classes.

Mudanças em relação ao E-commerce e ao Delivery

Na América Latina toda houve um crescimento de 300% no primeiro mês após a decretação da pandemia. Desses números, 200% foram apenas no Brasil. Vejamos o que as pessoas também disseram:

  • 68% dos brasileiros entrevistados disseram que os aplicativos de entregas satisfazem no quesito velocidade;
  • 63% dizem que eles são melhores pela facilidade de uso;
  • 64% afirmam que são superiores na qualidade dos produtos;
  • 77% disseram que a grande qualidade está na na facilidade de pagamento.

Lembrando que entre as opções de E-commerce e Delivery também estão as compras por telefone ou Whatsapp.

O delivery ganhou 38% de novos usuários no primeiro trimestre de 202. As três categorias mais beneficiadas foram:

  • Fast food;
  • Pizzas;
  • Pratos prontos e refeições.

E o público que se destaca é o de jovens adultos (até 29 anos).

O retorno das cestas básicas

Desaparecidas dos supermercados nos últimos anos, as cestas encontraram grande saída, sobretudo nos períodos de pré-isolamento, quando havia uma urgência por estocagem. Chegando ao final de abril, os alimentos não essenciais e as bebidas ganharam destaque, ultrapassando até o setor de higiene.

Nas primeiras semanas de maio, em comparação com março, os brasileiros optaram por opções indulgentes. O consumo de doces e cerveja aumentou. Veja os números:

  • Leite condensado 61%;
  • Creme de leite 45%;
  • Cerveja 42%;
  • Leite 39%.

Curiosamente, houve queda na compra de itens como queijo, fraldas e frangos.

Retrato do novo consumidor

Como esses dados mostram, esse novo consumidor enfrenta inúmeras fases e pode ser que seus hábitos de compras hoje estejam completamente transformados em setembro.

São os desafios dessa nova fase, que exige de todos nós muita força, persistência, paciência, perspicácia e observações atentas.

Leia em seguida: Delivery ou E-commerce? Qual é a melhor estratégia para o seu varejo

Vamos conversar

Por fim, como eu sempre gosto de terminar, quero lembrar para você que isso não é um monólogo e todo este blog é na verdade um primeiro passo para que possamos conversar mais.

Adoraria saber a sua opinião sobre este e muitos outros assuntos. Afinal de contas, estamos enfrentando diversos desafios em comum e sei que você também busca compreender quais são as próximas tendências.

Sendo assim, entre em contato comigo e vamos marcar uma reunião.

Agradeço a sua leitura e até a próxima publicação.

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