Já alcançamos o terceiro trimestre de 2020 e conversando com profissionais da área sobre as transformações chegamos à uma conclusão estarrecedora: os varejos familiares voltaram.
Em tempos de Jeff Bezos dominando as notícias (e nós temos um artigo falando sobre a força da Amazon), é surpreendente que as marcas de bairro ganhem notoriedade.
Pois, acredite, elas ganham. E essa é uma notícia gratificante e encantadora para todos nós que prezamos pelo bom mercado.
Hoje nós vamos conversar um pouco mais sobre os novos modelos de varejo e como as empresa familiares voltaram com força total.
Espero que gostem do conteúdo.
E sobre as farmácias? Tendências fundamentais para a sobrevivência das farmácias
O que é o varejo familiar?
Antes de iniciarmos a discussão convém delimitar exatamente o que pode ser considerado um varejo familiar.
Para isso, farei uso de algumas definições:
- Funcionários reduzidos;
- Concentração de posições de destaque na família;
- Baixo fluxo de caixa;
- Baixo investimento;
- Faturamento baixo ou médio;
- Desenvolvimento de produto próprio ou marca própria.
Ou seja, quando falo sobre varejo familiar quero mostrar todas as pequenas empresas gerenciadas por núcleos familiares.
Pode ser uma loja de bairro, com peças feitas pelas costureiras da família. Ou até mesmo uma doceira, com quitutes feitos em casa.
Escolhi o termo varejo familiar por ele parecer abrangente e englobar todas as esferas desse novo mercado em retomada.
Aprofunde-se no assunto: 8 transformações fundamentais para os próximos meses
Por que o varejo familiar cresce?
Vivemos em uma época de desconfiança. As pessoas não sabem em quem acreditar, isso envolve todas as esferas da sociedade: mídia, Governo, profissionais, empresas, empresários, figuras públicas, etc.
Sendo assim, em um período onde a primeira atitude de um cidadão é dar um passo para trás, os varejos familiares ganharam força. Pois, seu modelo de negócio tem bases sólidas que são:
- Transparência
- Memória afetiva
- Empatia e senso de equidade
- Preços justos
- Proximidade com o cliente
Portanto, um cliente desconfiado do mercado irá dar preferência para investir o seu dinheiro em marcas que estejam próximas a ele.
Em meio à crise, a loja de doces da esquina gerenciada pela simpática família parece muito mais atrativa do que a grande franquia.
Tendência essa que pode ser vista pelas grandes marcas como um sinal de que elas precisam se aproximar dos seus clientes. Propondo um mercado completamente novo.
Veja mais: Varejo pós-pandemia: Lojas mais tecnológicas e pessoas mais humanas
Varejos familiares x grandes franquias, quem vence o embate?
Bem, ao falarmos sobre grandes franquias e lojas familiares pode acontecer do texto transparecer oposição entre esses dois elementos. Como se um automaticamente anulasse o outro – criando essa dualidade tão presente nos dias de hoje.
Entretanto, não se engane. Pois nada poderia estar mais longe da verdade.
Acontece que mais do que um estrutura com alcance financeiro, um varejo familiar é um modelo de negócios. Que tem como base os alicerces já apontados neste artigo.
Ou seja, uma grande franquia também pode conquistar parcelas da sociedade que estejam interessadas em: transparência, aproximação, empatia, equidade, preços justos, memória afetiva, etc.
Acontece que muitas marcas, na busca pelo crescimento, acabam se afastando dos seus consumidores. Criam produtos e campanhas já sem qualquer empatia, desenvolvem atendimentos mecanizados e automatizados que não ofertam em termos de experiência.
O cliente dentro dessas lojas se sente só mais um. E ninguém quer se sentir assim, sobretudo em uma época de desconfiança, como foi dito.
Como vencer a desconfiança dos consumidores
Bem, é evidente que um tema tão abrangente não será abordado em apenas um artigo. O que dirá em meio artigo, já que estamos chegando ao final da publicação de hoje.
Entretanto, deixo aqui duas promessas:
- Falaremos em detalhes sobre as formas de conquistar cada vez mais clientes
- Daremos dicas práticas, com base em conceitos reais, da evolução do mercado
Para as próximas publicações, sobretudo agora no mês de agosto, desejo que o blog seja uma oficina. Com textos práticos e diretos ao ponto. Então, continue acompanhando e você vai ver que valerá a pena.
Passo 1: para vencer a desconfiança dos consumidores
Vença as desconfianças internas: parece brincadeira, mas já conversei com muitos empreendedores que não se viam como tal. Conheço empresas de sucesso, com faturamento sólido, que tem em suas figuras de destaque peças desconfiadas.
Em outras palavras, esses empreendedores sequer conseguem assumir o que são. Quando se apresentam em uma festa ou um evento social eles não dizem, de peito aberto, eu sou um empreendedor e a minha empresa é a X, nós fazemos Y.
Se você enrola para falar o nome da sua loja ou tem dificuldade para explicar o que a sua marca faz em poucas linhas, então reveja sua abordagem. É preciso garantir em um “pitch” de elevador que você consiga explicar o seu campo de atuação.
Se você não consegue se posicionar com firmeza, os clientes não saberão que você existe.
Passo 2
Programe treinamentos e faça uma reciclagem de todos os bons colaboradores. Já os colaboradores ruins devem ser dispensados. Infelizmente, essa é a mais nua e crua verdade.
Temos certeza que você conta com um ótimo time de profissionais, pois traga-os para perto e explique como os tempos mudaram. Atualize-os e mantenha a sua equipe firme no mercado.
Já os colaboradores desinteressados, converse com eles, descubra se há razões particulares para a falta de empenho. Muitas vezes, você vai descobrir que ali se esconde um talento que apenas precisa de empatia para desabrochar.
Por fim, para os colaboradores que realmente não estão interessados no sucesso da sua empresa, nem mostram justificativas válidas pela empáfia: abra mão deles.
O colaborador muitas vezes se sente o vilão da história, por ter que dispensar profissionais. Mas um mal profissional é péssimo exemplo para os outros, e a bem da verdade, há muitas pessoas boas procurando uma colocação profissional.
Não dê espaço para quem não valoriza a oportunidade.
Palavras finais sobre o varejo familiar
Como você pode ver, o mercado é um novelo de lã. Uma linha puxa a outra, comecei falando sobre o varejo familiar e quando vamos ver já estamos discutindo as mudanças no mercado.
Faz parte da beleza de empreender em um mundo tão dinâmico e atraente.
Espero que o artigo de hoje traga bons resultados para a sua empresa.
Leia também: Novo semestre: como proteger o seu varejo da crise
Vamos conversar
Por fim, como eu sempre gosto de terminar, quero lembrar para você que isso não é um monólogo e todo este blog é na verdade um primeiro passo para que possamos conversar mais.
Adoraria saber a sua opinião sobre este e muitos outros assuntos. Afinal de contas, estamos enfrentando diversos desafios em comum e sei que você também busca compreender quais são as próximas tendências.
Sendo assim, entre em contato comigo e vamos marcar uma reunião.
Agradeço a sua leitura e até a próxima publicação.